A dádiva de gerar uma vida X aborto!

Breve relato sobre o difícil processo enfrentado para gerar uma vida e trazê-la ao mundo!

Jul 29, 2024 - 16:21
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A dádiva de gerar uma vida X aborto!

A entrevista PING-PONG, da coluna Vida Plena (VP) – À Luz da Palavra, fala sobre a DÁDIVA DE GERAR UMA VIDA X ABORTO, com a enfermeira, Andreza C. Lopes Vieira Sete, de 47 anos, que realizou o sonho de ser mãe, após 3 abortos espontâneos e 1 natimorto. Andreza é de Sabará e trabalha no Hospital Cristiano Machado/FHEMIG e na UPA Sabará.

 

Breve relato sobre o difícil processo enfrentado para gerar uma vida e trazê-la ao mundo!

 

Tudo começou quando eu tinha 33 anos. Sempre sonhei em ser mãe, mas não imaginava que o caminho seria tão desafiador. A primeira e a segunda gestação duraram entre 5 e 8 semanas. A terceira gestação durou 32 semanas, onde tive um filho que nasceu morto, uma criança chamada Miguel. A quarta gestação durou 11 semanas; era um menino também, e chamaria José.

 

Finalmente, meu milagre e vitória vieram na quinta gestação, quando eu estava com 39 anos. Isaac, o filho da promessa, nasceu com 34 semanas. Hoje, ele está com 7 anos de idade, e cada momento ao lado dele é a realização incrível do meu sonho, uma prova viva de que as promessas de Deus se cumprem e que Ele se mantém presente em nossas vidas. Ver o sorriso no rosto dele, acompanhar seu crescimento e desenvolvimento é a maior recompensa de todas. Vivenciar a maternidade tem sido uma experiência intensa, repleta de amor e desafios, mas eu não trocaria isso por nada neste mundo. Ser mãe de Isaac é a realização de um sonho que valeu cada dificuldade enfrentada.

 

Quando ocorriam os abortos, quais as consequências você percebia fisicamente e psicologicamente?

 

Fisicamente, experimentei dores intensas e variações hormonais que causavam instabilidade emocional. Psicologicamente, cada perda envolvia muita tristeza e frustração. Enfrentei sentimentos de raiva e questionamentos sobre minha capacidade de ser mãe.

 

A dor de carregar meu filho morto nos braços, o Miguel, foi a pior experiência que já vivi. Foi uma dor que superou até a morte da minha mãe, um sentimento de desolação e impotência indescritível, mas nesse momento senti a presença viva de Deus comigo. Logo após o nascimento de Miguel, eu o peguei nos braços e ele permaneceu comigo por algum tempo. Nesse período, chorei muito, abracei-o e senti que Deus estava comigo. Depois de tanto chorar, senti uma paz profunda. Eu o batizei em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Disse a ele que o amava muito, que o pai dele o amava muito, que ele era uma criança muito desejada. Mas já sabia, ele não pertencia mais a mim.

 

O impacto psicológico foi significativo. Lidar com o luto e a perda repetida trouxe um peso emocional constante, e houve momentos de profunda tristeza e desânimo. A jornada foi marcada por altos e baixos emocionais, mas a fé e a presença de Deus me ajudaram a encontrar força para seguir em frente e não desistir do meu sonho.

 

Como uma pessoa que viveu a dor de três abortos espontâneos e um natimorto, qual a orientação você deixa para as mulheres que já passaram por isso, ou que já fizeram um aborto induzido e estão em crise? Como ser curada dos traumas?

 

Buscar apoio e não enfrentar essa jornada sozinha. Deixo aqui alguns passos que me ajudaram a alcançar o processo de cura:

 

Primeiro: Permita-se Sentir: Não reprima suas emoções. É natural sentir tristeza, raiva, culpa e desolação. Deixe-se chorar e expressar esses sentimentos.

 

Segundo: Busque Apoio: Fale com amigos, familiares ou participe de grupos de apoio. Compartilhar suas experiências com outras pessoas que entendem sua dor pode ser extremamente terapêutico.

 

Terceiro: Considere Terapia: Um profissional de saúde mental pode ajudar a trabalhar através do luto e dos sentimentos complexos associados ao aborto. Terapias como a cognitivo-comportamental podem ser eficazes.

 

Quarto: Conecte-se Espiritualmente: Se você tem uma fé ou espiritualidade, recorra a ela. A fé pode fornecer conforto, esperança e um sentido de propósito durante os momentos difíceis.

 

Quinto: Cuide de Si Mesma: Dê atenção ao seu corpo e mente. Pratique atividades que promovam bem-estar, como exercícios físicos ao ar livre, conversas com pessoas agradáveis.

 

Sexto: Paciência com o Processo: A cura leva tempo e é diferente para cada pessoa. Respeite seu próprio ritmo e não se pressione para "superar" a dor rapidamente.

 

Sétimo: Escreva Seus Sentimentos: Escrever pode ser uma forma poderosa de processar emoções. Manter um diário ou escrever cartas para o bebê perdido pode ajudar a expressar o que você sente.

 

Oitavo: Celebre Pequenas Vitórias: Reconheça e celebre pequenos progressos no seu processo de cura. Cada passo à frente, por menor que seja, é importante.

 

Lembre-se, a dor que você sente é válida, e buscar ajuda é um sinal de força, não de fraqueza. O caminho para a cura pode ser longo, mas é possível encontrar paz e seguir em frente.

 

Qual a mensagem você deixa para as que pensam em abortar, por viverem uma gravidez indesejada?

 

Antes de tomar qualquer decisão em relação a uma gravidez indesejada, é fundamental buscar ajuda e orientação de pessoas de confiança, como amigos, familiares e líderes espirituais. Refletir sobre todo o processo e considerar todas as consequências que um aborto pode causar no corpo e na mente da mulher é crucial.

 

Além disso, é importante lembrar que existem leis e recursos que protegem a mulher e oferecem acompanhamento psicológico durante a gestação e após o parto. Uma alternativa valiosa ao aborto é considerar a adoção. Em vez de interromper a vida da criança, a mulher pode escolher dar à luz e oferecer essa criança para adoção.

 

OFERECER PARA A ADOÇÃO

 

A adoção proporciona a oportunidade de dar a uma criança a chance de ter uma família amorosa e uma vida plena, ao mesmo tempo em que permite que uma mulher que não se sente preparada para a maternidade ofereça essa oportunidade a outra pessoa que deseja muito ser mãe. Quantas mulheres não podem ter filhos biológicos e estão ansiosas por adotar uma criança? Essa decisão não apenas preserva a vida, mas também pode trazer uma nova esperança e felicidade para várias famílias.

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