Redução do custo de capital: por que o risco sacado tem ganhado espaço no planejamento financeiro corporativo?
Veja como o risco sacado fortalece a gestão financeira e melhora o relacionamento com fornecedores

Nos últimos anos, o risco sacado se consolidou como uma das alternativas mais relevantes no campo da gestão financeira corporativa, especialmente entre empresas que buscam melhorar sua eficiência de capital e fortalecer a cadeia de suprimentos.
Essa modalidade, também conhecida como Supply Chain Finance (SCF), vem se destacando como ferramenta estratégica para a redução do custo de capital, proporcionando vantagens tanto para compradores quanto para fornecedores.
O que é risco sacado?
O risco sacado consiste em uma estrutura de financiamento em que uma instituição financeira antecipa os pagamentos de uma empresa compradora para seus fornecedores. O grande diferencial dessa operação está no fato de que o crédito é concedido com base no risco de crédito do comprador — normalmente uma empresa de grande porte — e não do fornecedor.
Dessa forma, o fornecedor consegue receber o pagamento à vista por seus produtos ou serviços, enquanto o comprador mantém o prazo de pagamento previamente negociado. Já a instituição financeira, por assumir o papel de intermediária, oferece o adiantamento com taxas de juros mais atrativas, uma vez que considera o risco de crédito da empresa compradora como sendo mais baixo.
Por que o risco sacado está ganhando espaço?
O crescimento do risco sacado no planejamento financeiro corporativo se explica por uma série de fatores interligados.
O primeiro e mais evidente é a redução do custo de capital. Para fornecedores, especialmente os de pequeno e médio porte, acessar crédito barato costuma ser um desafio, em função do risco percebido pelas instituições financeiras. Com o risco sacado, esse obstáculo é superado, pois a análise de crédito recai sobre o comprador.
Para as grandes empresas, que normalmente possuem melhor classificação de crédito, essa operação representa um instrumento poderoso para otimizar o relacionamento com seus fornecedores e mitigar riscos na cadeia de suprimentos. Além disso, ao proporcionar condições mais favoráveis para seus parceiros, a empresa compradora contribui para a saúde financeira da cadeia como um todo, evitando rupturas no fornecimento.
Outro fator importante é a eficiência operacional. Ao adotar o risco sacado, empresas automatizam processos de pagamento e financiamento, reduzindo custos administrativos, aumentando a previsibilidade do fluxo de caixa e fortalecendo o relacionamento com seus stakeholders.
Benefícios para compradores e fornecedores
Para os fornecedores, o benefício mais evidente é o recebimento antecipado, com acesso a capital a custos menores e previsibilidade no fluxo financeiro. Isso permite investir em melhorias, aumentar a capacidade produtiva ou simplesmente manter a saúde financeira em períodos de oscilação de demanda.
Já os compradores se beneficiam de uma cadeia de suprimentos mais sólida e resiliente. Além disso, conseguem negociar prazos de pagamento mais longos, sem prejudicar a liquidez de seus fornecedores. Esse equilíbrio favorece negociações estratégicas, possibilitando até mesmo descontos nas compras ou outras condições comerciais vantajosas.
Adicionalmente, o risco sacado melhora os indicadores financeiros do comprador, como o capital de giro e o prazo médio de pagamento, sem aumentar o endividamento. Por isso, essa modalidade tem sido amplamente incorporada às estratégias de gestão financeira, especialmente por empresas que operam com grande volume de fornecedores.
Implementação estratégica
Embora o risco sacado ofereça vantagens inegáveis, sua implementação exige planejamento e alinhamento entre todas as partes envolvidas. É fundamental que o comprador escolha por parcerias sólidas com instituições financeiras ou plataformas especializadas, capazes de oferecer soluções tecnológicas que garantam a agilidade e a segurança das operações.
Além disso, é importante garantir que os fornecedores compreendam bem o funcionamento da operação e os benefícios associados, a fim de maximizar a adesão à operação.
O avanço do risco sacado no ambiente corporativo representa uma transformação significativa na forma como as empresas lidam com capital de giro, financiamento e gestão da cadeia de suprimentos. Ao permitir que fornecedores acessem crédito com taxas mais competitivas, e compradores preservem sua liquidez, essa ferramenta reforça a eficiência operacional e fortalece os laços comerciais entre as partes.
Diante de um cenário econômico cada vez mais volátil e competitivo, investir em soluções como o risco sacado vai além de uma vantagem, sendo uma necessidade estratégica para empresas que desejam manter sua competitividade e assegurar a sustentabilidade financeira no longo prazo.
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